Qual é o valor do ouro?

Numa das viagens que fizemos em família, fomos ao Peru, e em Cusco, visitamos a Igreja de Santo Domingo, a qual foi construída sobre as fundações de Quri Kancha, o Templo do Sol. Esta palavra quéchua é uma combinação de duas palavras: "quri" que significa "trabalhado em ouro", e "kancha", que significa templo ou lugar fechado por paredes. Conta a história que, sob o reinado de Pachacútec, teria inclusive tido suas paredes totalmente laminadas com chapas de ouro e prata, assim como peças do metal maciço em forma de lhamas e outros animais, em tamanho natural, decorando altares. Os muros também exibiam nichos nos quais havia ídolos locais de ouro. Contudo, este metal tinha um valor decorativo para eles, e não econômico, pois viam a beleza do ouro como um vínculo com o seu deus – o ouro era considerado o suor do Sol.

Quando os conquistadores espanhóis chegaram a Cusco e adentraram Quri Kancha, eles simplesmente devastaram o lugar para reter o máximo possível de ouro para si, pois estes viam no vil metal uma grande fonte de riqueza e poder. Era o mesmo objeto. Contudo, duas culturas diferentes davam-lhe valores distintos. Para os incas, tratava-se de um item decorativo; para os espanhóis, era tudo.

Na vida, aquilo que declaramos ser riquezas, são valiosas pelo valor que atribuímos a elas, e a Bíblia provê muita orientação sobre isso. Há várias passagens que contrapõem o valor de Deus ao do ouro, e exalta como Ele é mais valioso do que o simples metal.

A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos. O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas. São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo. (Sl 19: 7-10)

Além disso, Deus declara, na Bíblia, ser o dono das riquezas, e de todas as coisas que precisamos para viver. Ele é o Senhor de tudo o que já foi criado, e todas as coisas lhe pertencem. Por que, então, muitos de nós rejeitamos ao Deus da Bíblia e preferimos confiar nas riquezas? Uma das explicações para isso é que Deus não é fisicamente palpável, mas as riquezas são. Sendo assim, preferimos ter como garantia aquilo que podemos tocar e possuir, ao invés de confiarmos no Deus de nossas vidas. Ou seja, voluntariamente preferimos depositar nossa fé nas riquezas físicas ou em qualquer coisa que possamos atribuir valor, e abrir mão do Senhor que nos sustenta e nos deter a algo material, como se disso proviesse o nosso sustento.

Contudo, às pessoas que escolhem confiar nas riquezas, a Bíblia adverte que chegará o dia o qual será o último de nossas vidas na Terra, e neste momento, todo o ouro, em que confiamos, será deixado para trás. Neste dia, dele será removido o seu status de riqueza. Mas, o que o substituirá? O que nos sustentará na vida que iniciará quando esta terminar? Na primeira carta de João, encontramos a resposta:

E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está no seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 Jo 5: 11-12)

João afirma que o "ouro celestial" é Jesus, e que Ele será a fonte de vida por toda a eternidade. Não mais o ouro, que voltará a assumir um simples papel decorativo na nova Jerusalém, mas o próprio Deus revelará, na sua plenitude, ser o nosso sustento e fonte de vida, pelos séculos dos séculos. E toda esta riqueza foi preparada por Deus e dada gratuitamente aos homens, que podem ajuntá-la em seus tesouros mediante a fé em Jesus Cristo. E você, o que me diz de ser um milionário espiritual, hoje mesmo?