
Qual é o propósito da prosperidade?
Como a Bíblia define prosperidade?
O ser humano, para viver, precisa de um motivo, uma razão; algo que o faça canalizar os seus esforços para uma direção, um objetivo. Este objetivo pode variar de pessoa para pessoa. Para o materialista, por exemplo, ele significa o acúmulo de riquezas; para o trabalhador da classe média, a compra da casa própria; para o empreendedor visionário, o estabelecimento bem-sucedido de sua empresa. Há também aqueles que almejam coisas não materiais. O apaixonado, por exemplo, deseja conquistar o coração de sua amada, enquanto o estudante luta para obter o tão suado diploma. Há ainda aquelas pessoas que lutam por coisas mais básicas, das quais a vida depende. O miserável, por exemplo, anseia ter o que comer ao longo do dia, enquanto o paciente terminal deseja ser curado de sua enfermidade.
Pode não parecer, mas todas as pessoas descritas acima têm algo em comum: elas desejam conquistar algo, que não têm no presente, que irá produzir um estado que lhes garanta uma sensação de contentamento ou estabilidade, física ou emocional, maior do que a atual: elas desejam ser prósperas.
Conceitualmente, prosperidade é a condição de desenvolvimento e progresso que visa garantir a contínua sensação de contentamento e estabilidade emocional. No mundo moderno, o conceito de prosperidade está intimamente relacionado à conquista de marcos materiais, ou está diretamente ligado a eles, como dinheiro, casas, carros ou um emprego notório, apesar de também envolver coisas que o dinheiro não pode comprar, como o amor ou a saúde.
A Bíblia também fala sobre a prosperidade, e podemos encontrar várias passagens relacionadas a este tema. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a prosperidade está associada a Deus, e a Bíblia o define como o seu Autor. Assim diz, por exemplo, no livro de Deuteronômio, quando Moisés faz a recapitulação dos termos da Aliança:
Portanto, obedeçam aos termos desta aliança, para prosperarem em tudo que fizerem. (Dt 29:9)
Posteriormente, o Rei Davi reafirma isso, ao dizer que todas as riquezas provêm do Senhor:
Riqueza e honra vêm somente de ti, pois tu governas sobre tudo. Poder e força estão em tuas mãos, e cabe a ti exaltar e dar força (1 Cr 29:12)
Da mesma forma, o profeta Ageu afirma que toda a prata e todo o ouro, tão cobiçados nos dias de hoje, pertencem a Deus:
A prata e o ouro me pertencem, diz o Senhor dos Exércitos (Ag 2:8).
No entanto, apesar da prosperidade ser boa, ela não necessariamente está associada a uma bênção, e isto fica muito claro quando nos detemos no motivo pelo qual o homem foi criado.
No início, no Éden, Deus, Adão e Eva viviam em comunhão ilimitada, pois não havia separação entre Deus e os homens por causa do pecado. O acesso a Deus e às suas bênçãos era irrestrito. Ou seja, o ser humano era plenamente próspero. No entanto, após pecarem, Deus não podia mais conviver intimamente com o homem, pois Ele odeia o pecado. Apesar da advertência dada aos homens, de que, se comessem do fruto da árvore proibida, morreriam, Deus, por ser infinitamente misericordioso, não executou o seu juízo imediatamente, e concedeu aos homens meios para sobreviver com o propósito de que, através das gerações, Deus concretizasse o seu plano de salvação, que se materializou no nascimento, vida e morte de Jesus, resgatando a todo aquele que nEle crer das garras da morte eterna e promovendo a reconciliação com Deus.
Contudo, o homem decaído muitas vezes utiliza esses meios de prosperidade como uma forma de perpetuar a sua existência carnal independente de Deus, tal como os nossos patriarcas o fizeram naquele jardim, reafirmando, assim, a dureza dos nossos corações e a rebeldia que se manifesta no desejo de não se relacionar com Deus, e de apenas buscá-lo como uma fonte desses meios necessários para continuar vivendo separados de Deus.
Na contramão desta espiral de destruição, Moisés, assim como Davi e Ageu, ao escreverem as passagens acima citadas, demonstraram não buscar a prosperidade em si, mas antes, um relacionamento íntimo com o Senhor, e o reconheciam como o motivo pelo qual viviam e como o provedor de seus êxitos; eles tinham uma visão saudável e divina da prosperidade, e buscaram utilizá-la da forma correta.
A Bíblia também diz que este mundo chegará ao fim, e isto acontecerá quando Jesus voltar como Rei supremo, e que Ele nos dará novos céus e uma nova Terra para que todos aqueles que o seu sangue remir habitem com Ele, por toda a eternidade, e vivam uma vida abundante em todos os sentidos, sem dor nem sofrimento; uma vida genuinamente próspera.
E você: quer ser próspero para sempre?