Não olhe para trás

22/07/2024

No Novo Testamento, há uma parábola, no Evangelho de Lucas, na qual se encontra uma pessoa que, ao conversar com Jesus, diz a Ele que quer segui-lo, e como resposta, Jesus diz que ela não deve por a mão no arado e olhar para trás. Vejamos a passagem:

Quando andavam pelo caminho, um homem lhe disse: "Eu te seguirei por onde quer que fores". Jesus respondeu: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". A outro disse: "Siga-me". Mas o homem respondeu: "Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai". Jesus lhe disse: "Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos; você, porém, vá e proclame o Reino de Deus". Ainda outro disse: "Vou seguir-te, Senhor, mas deixa-me primeiro voltar e me despedir da minha família". Jesus respondeu: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus". (Lc 9: 57-62)

Mas, o que esta passagem diz, afinal? O que significa "pôr a mão no arado e olhar para trás"?

Na época de Jesus, a aragem da terra era feita manualmente, e os lavradores deviam estar atentos para manter os sulcos retos e precisos. Olhar para trás enquanto se arava significava desviar da direção correta, resultando em sulcos tortos. Jesus estava aplicando essa imagem aos que o servem, alertando que não se pode servir a dois senhores simultaneamente. Ou seja, uma vez o seguindo, não haveria a opção de olhar para trás nem de retroceder.

Naquela época, poderia soar presunçoso da parte de Jesus exigir que as pessoas executem tamanho ato de abnegação. O que aquelas pessoas não sabiam ao certo era que, sendo Ele Deus entre nós, na verdade, servi-lo era a única opção que poderia trazer vida àquelas pessoas que alegaram querer segui-lo. Ao continuar em sua jornada por este mundo, Jesus cumpriu em si todas as profecias do Antigo Testamento ditas sobre o Messias, e consumou todo o plano traçado por Ele para aniquilar o pecado e seu poder, e restabelecer a comunhão com os homens. Ao sofrer o martírio e na cruz tão terrível morte, Ele nos deu vida de graça, e para desfrutarmos disso, estabeleceu como única condição que deveríamos genuinamente nos arrependermos de nossas más obras e nos voltarmos para Ele, com a disposição de pôr a mão no arado sem olhar para trás, ou definirmos outras prioridades em nossas vidas que conflitem com o desejo de Cristo.

Essa vida eterna, em abundância, está disponível para todos, mas não para sempre. Volte sua atenção para Deus e arrependa-se enquanto há tempo, pois o sacrifício ao qual o Senhor se submeteu alcança apenas nós, que ainda estamos vivos, e não mais aqueles que já têm sua eternidade selada, seja pela fé em Cristo, ou pela ausência dela.