Muito mais do que não pecar

15/05/2023

Muito mais do que não pecar

Existe um consenso entre todas as religiões de que Deus é bom e inimigo do mal. Naturalmente, à parte de tudo aquilo que é obviamente mal, como matar ou roubar, pode haver certas discrepâncias entre o que julgamos ser mau ou bom.

Nós, cristãos, consideramos a Bíblia como referência suficiente e suprema de todos os aspectos de nossas vidas, e confrontamos absolutamente tudo com os ensinamentos que ela contém, para alinharmos nossas condutas ou pensamentos com a vontade de Deus para nós. Nesse sentido, ao buscarmos explicações sobre o que é mal e desagrada a Deus, e o que é bom e o agrada, nos deparamos com o conceito de pecado. Mas, afinal de contas, o que é o pecado, e por que ter esse conhecimento é tão importante para a humanidade?

Podemos dizer, de forma simples, que pecado é toda transgressão da vontade de Deus, e a Bíblia é precisa ao definir quando o primeiro pecado foi cometido por um homem. De acordo com o livro de Gênesis, capítulos 2 e 3, isso ocorreu ainda no jardim do Éden, e foi consumado pela desobediência de Adão e Eva em seguir as recomendações expressas de Deus de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao decidirem tomar as rédeas de suas vidas de forma independente de Deus, eles pecaram, e devido a isso, eles perderam a comunhão e o livre acesso que tinham a Deus.

A Bíblia também descreve, em incontáveis momentos, a vontade de Deus para o homem e enumera uma lista de pecados que devem ser evitados por todos aqueles que desejam agradá-lo. E não se iluda, essa lista vai muito além do que os dez mandamentos recebidos por Moisés ou da lista com dezessete pecados descrita por Paulo no capítulo 5 da carta aos Gálatas. No judaísmo, por exemplo, há uma visão tradicional que lista 613 pecados descritos na Torá (os cinco livros de Moisés) a serem observados. Independentemente do número exato de pecados relatados pela Bíblia, a pergunta-desafio que fica no ar é: como cumprir essa infinidade de regras e recomendações para agradar a Deus e ter a chance de reconciliar com Ele?

A Bíblia nos conta, no Evangelho de Marcos, capítulo 10, que Jesus foi abordado por um homem que buscava exatamente isso: cumprir uma lista de mandamentos para herdar a vida eterna:

Quando Jesus ia saindo, um homem correu em sua direção, pôs-se de joelhos diante dele e lhe perguntou: "Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? " Respondeu-lhe Jesus: "Por que você me chama bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus. Você conhece os mandamentos: 'não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe'". E ele declarou: "Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a minha adolescência". Jesus olhou para ele e o amou. "Falta-lhe uma coisa", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas. Jesus olhou ao redor e disse aos seus discípulos: "Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus! " Os discípulos ficaram admirados com essas palavras. Mas Jesus repetiu: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus". Os discípulos ficaram perplexos, e perguntavam uns aos outros: "Neste caso, quem pode ser salvo? " Jesus olhou para eles e respondeu: "Para o homem é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus". Mc 10:17-27

Assim como este pobre homem rico, erramos ao nos esforçarmos com os nossos próprios meios para agradar a Deus, simplesmente porque a nossa natureza humana decaída nos impede de fazermos isso com perfeição. O próprio Jesus, nesta passagem, afirma que isso é impossível. No entanto, Ele não nos deixa sem esperança, e afirma, em seguida, o caminho para a reconciliação: "todas as coisas são possíveis para Deus".

Apenas Jesus, que é o cumprimento da promessa de que Deus viria para este mundo, e habitaria no meio de nós, vivendo de acordo com a Santa vontade e nunca pecando, e se ofereceria voluntariamente como sacrifício para operar o perdão dos pecados a toda a pessoa que nEle crê, possui crédito suficiente para pagar uma dívida para com Deus tão alta que nenhum ser humano já nascido teria condições de arcar. Porquanto houver vida, seu convite estará de pé a todas as pessoas para que nEle creiam e o amem, capacitadas pelo seu poder, e se arrependam de seus maus caminhos, e se convertam, e Ele os salve. Esta é a resposta tão procurada por aquele homem e por muitos, ainda hoje.