Deus nos protege e nos dá bonança

10/01/2021

Nestes tempos de pandemia, é compreensível sermos incomodados com pensamentos sombrios em relação ao futuro próximo que nos espera. No entanto, esta não é a primeira vez na história que uma doença assola a humanidade a nível global. No passado, a peste bubônica, varíola, cólera, gripe espanhola e, neste século, a gripe suína, trouxeram preocupações, perdas econômicas e morte a milhares de pessoas, levando nações inteiras a adotarem medidas sanitárias abrangentes e gastos para protegerem suas populações, na tentativa de preservarem as vidas de seus cidadãos: assim como a COVID-19.

Apesar de serem causadas por diferentes agentes etiológicos, todas elas têm um ponto em comum: fazem a humanidade se confrontar com a sua fragilidade. Elas expõem que não somos plenamente senhores de nossas vidas, e que somos frágeis à ação de minúsculos seres naturais que acreditamos estarem sob o nosso controle.

É bem verdade que, no Éden, o Senhor colocou toda a criação sob a responsabilidade do homem que, por ordem divina, passou a sujeitar toda a terra e os seres que nela vivem; no entanto, isto não nos torna senhores absolutos de nossos destinos como, na prática, acreditamos que somos. Ou seja, não torna a criação, Criador, na plenitude.

Para retratar o que estou dizendo, insto o querido leitor a se debruçar sobre Êxodo 14, que narra o livramento que Deus concedeu a Israel; talvez este seja o texto mais rico de toda a Bíblia que revela, ao atento leitor, como a vontade de Deus e a de seus filhos, bem como as ações de ambos, interagem em perfeita harmonia, cooperando para que, no fim, o propósito e os desígnios de Deus se cumpram em toda a criação.

Após cerca de 400 anos, por mão forte, o Senhor resgatou Israel das mãos dos egípcios, dando início ao cumprimento de guiá-los e entregar-lhes nas mãos a terra prometida. A partir daí, o povo de Israel se viu em situação de extremo perigo, pois Faraó, com o seu coração endurecido pelo Senhor, persegue os israelitas para fazê-los retornarem ao cativeiro, para servir aos egípcios e aos seus desígnios. Ao perceberem a aproximação do exército egípcio, os filhos de Israel temeram e se lamuriaram, por não enxergarem uma saída palpável ao terror que se sucederia, e obtiveram, por meio de Moisés, as instruções de Deus para procederem corretamente:

"Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco."

A narrativa bíblica informa que, após isso, o Senhor passou a agir diretamente em favor de Seu povo, endurecendo o coração já obstinado dos egípcios para que perseguissem Israel, impedindo a aproximação entre o poderoso exército algoz e os israelitas, colocando o Anjo de Deus e a coluna de nuvem entre os dois e, posteriormente, tornando a marcha dos servos de Faraó dificultosa, até as águas se voltarem sobre os egípcios, sobre os seus carros e os seus cavaleiros: um plano perfeitamente orquestrado por Deus, envolvendo o Criador e sua criação.

O que podemos ler neste texto bíblico não é um ato isolado de Deus. Desde o início, o Senhor flerta com o mundo como o conhecemos, e especialmente com a sua obra-prima, a humanidade. Ainda que, por desobediência, nos afastamos de Deus e de Sua proteção, Ele não corta relações conosco, e sua mão protetora está sobre a humanidade, livrando-a de muitos males e doenças, por meios naturais, através das ciências médicas, ou por meio de intervenções sobrenaturais, como testemunhamos nos evangelhos e atos dos apóstolos, por meio da cura divina ou até mesmo a ressurreição. Se deixarmos o nosso relacionamento com Deus prevalecer sobre as nossas preocupações, veremos a Sua mão sobre nossas vidas como fator determinante de muitas bênçãos alçadas, como sucesso, conquistas e, sim, livramentos mil, de enfermidades e outras situações de perigo e morte, como as que enfrentamos em nossa época.

Por tudo isto, faço um apelo ao amado irmão, que lance sobre Deus as preocupações em relação ao futuro, à nossa saúde e subsistência, pois de todas as nossas necessidades e temores o Senhor conhece. Que possamos, frente a esta maravilha revelada, descansarmos nEle, certos de que, por sermos filhos do Dono do Universo, todas as coisas cooperarão para o nosso bem.