Corredor da morte

10/07/2022

No último dia sete, levei a vovó, que é cardíaca, ao pronto-socorro, pois ela estava sentindo muita dificuldade para respirar. Ao chegar no pronto-socorro, a equipe médica ficou alarmada com o seu estado de saúde, e decidiu interná-la no CTI.

Na unidade de tratamento intensivo, recebi informações detalhadas sobre a sua delicada situação e, depois de devidamente instalada, fui para casa. Ao caminhar pelo corredor do CTI para pegar o elevador, não tive como não notar os outros pacientes que estavam ali, em situações de saúde muito frágeis. Sabemos que muitos dos que entram naquela ala hospitalar não sairão mais com vida, devido ao avançado grau de debilidade. Apesar de não ser a primeira vez que entro num CTI, sempre me impressiono com o que vejo e me incomodo com a atmosfera opressora daquele lugar, pois tenho a sensação de andar pelo corredor da morte.

Ao observar as cinco agulhas inseridas no corpo da vovó e todos os equipamentos que estavam monitorando o seu estado de saúde, senti raiva, pois sei que tudo aquilo que vi não pertencia ao projeto original de Deus, mas era simplesmente a consequência de uma desobediência cometida pelos patriarcas da humanidade, Adão e Eva, no distante jardim do Éden. Se eles não desobedecessem à única limitação estabelecida por Deus para viver no paraíso, todas aquelas cenas de horror nunca teriam acontecido. Nem hospitais, nem médicos, enfermeiros, farmacêuticos ou remédios seriam necessários, pois a doença jamais teria se instalado neste mundo. Por isso, senti raiva: do pecado, da desobediência e da obstinação de errar, que fazem com que toda aquela situação, no fim das contas, seja mais do que justa, porque à luz da Bíblia, o salário do pecado é a morte.

Apenas pela ótica da justiça, esta seria a triste história do ser humano, que recebeu a justa consequência de atos irresponsáveis cometidos ao longo da vida, atos completamente dissonantes da vontade do Deus criador.

No entanto, imediatamente após a primeira desobediência da humanidade, Deus prometeu que aquela situação não duraria para sempre, e que Ele providenciaria o remédio definitivo que sararia a todos que o tomassem: me refiro ao primeiro esboço do evangelho relatado em Gênesis:

"Então o Senhor Deus declarou à serpente: "Já que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida.

Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar".

Gênesis 3:14,15

Há pouco mais de dois mil anos, Deus cumpriu essa promessa enviando o seu Filho unigênito para morrer e pagar a dívida impagável para qualquer ser humano. Ele, o Cordeiro sem mácula, se ofereceu para estar no nosso lugar e receber, sobre si, o preço da punição de cada ser humano, de modo que todo aquele que nEle crer e abrir mão de sua própria vida para se tornar seu discípulo, tenha a eternidade restaurada tal como era no início, no Éden, quando desfrutávamos da comunhão direta com Deus todos os dias. Uma maravilha!

Por isso, meus filhos queridos, decidi escrever este texto, para inspirá-los a sempre, por toda a vida de vocês, odiarem o pecado e se apegarem a Deus. Seguindo a ordem natural, daqui a um pouco de tempo, a vovó partirá; depois de um pouco mais de tempo, eu e a mamãe partiremos, e mais um pouco depois, vocês também, e nenhum de nós poderá mudar isso. Mas Jesus, o Filho de Deus, tem poder para, no fim das nossas jornadas, restaurar a comunhão eterna de todos nós com Deus, mediante o sangue derramado naquela cruz. Apeguem-se, portanto, a Deus, e odeiem, com todas as suas forças, tudo o que possa ser empecilho para uma vida de comunhão entre vocês e Jesus. Esta é a escolha mais importante que vocês podem tomar nesta vida, e restaurará tudo à perfeição e os manterá livres da morte, para sempre, no lar celeste, junto ao nosso Criador!