Como uma criancinha

26/06/2023

Como uma criancinha

Uma das passagens mais célebres da Bíblia está escrita no evangelho de Mateus, capítulo 19. Neste capítulo, enquanto Jesus ensinava, trouxeram até Ele algumas crianças para que fossem abençoadas, mas os próprios discípulos repreendiam quem as trazia. Neste momento, Jesus repreendeu os seus seguidores e disse: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". (Mt 19:13-14)

Quão gloriosas são as palavras de Jesus. É dos que se assemelham às criancinhas o Reino dos Céus, aquele que a Bíblia diz que virá e durará para sempre. Como Deus pode ter confiado tão grande tesouro a seres tão pequenos, inocentes e indefesos?

O segredo de tão maravilhosa notícia torna-se evidente ao analisarmos a natureza das crianças: por serem pequenas, inocentes e indefesas, elas dependem de seus pais. No plano espiritual, o evangelho de João, capítulo 1, não deixa dúvidas de que todas as pessoas que recebem a Jesus Cristo pela fé tornam-se filhos de Deus, e essa mesma fé as capacitam a desenvolver uma relação de completa dependência e submissão a Deus, como Pai. E Ele ama a quem assim procede.

Quando Jesus esteve no mundo, há pouco mais de dois mil anos, sua comitiva de elite foi formada por pessoas simples, pescadores em sua maioria, e não a respeitáveis doutores da lei que conheciam as Escrituras por completo. Nenhum deles, por sinal, recebeu tão honrado convite. Ele assim procedeu pois sabia que, por mais que o conhecimento da Lei indicasse o caminho da reconciliação do homem com Deus, esta mesma Lei, mal utilizada e interpretada, alimentaria apenas uma religiosidade vazia cujos frutos são o legalismo e a opressão. A proposta de Jesus, ao vir ao mundo, era exatamente contrária a tudo isso. Ele veio para trazer alívio e libertação, oferecendo-se para carregar o fardo de cansados e oprimidos. Esta grande promessa veio a se concretizar na cruz, quando por sua morte, Jesus aniquilou para sempre o diabo, suas obras opressoras e suas consequências, e os seus discípulos, aqueles que são semelhantes a criancinhas, aguardam ansiosamente pela instauração completa do seu Reino de justiça, o qual durará para sempre.

Os doutores da lei, por sua vez, eram adultos demais para confiarem a salvação de suas almas em tão frágil conceito. Preferiram, antes, gabar-se de seu profundo conhecimento das escrituras e suas obras religiosas, porém vazias.

Frente a esta preciosa revelação, eu convido o leitor, e especialmente os meus filhos, a desejarem serem dependentes de Deus, confiando suas vidas a ele como uma criança depende e confia em seu pai.