Como devo orar?

12/03/2023

Como devo orar?

A Bíblia faz, em muitos trechos, uma analogia familiar para exemplificar, com clareza, a vontade de Deus para o homem e os princípios da relação que Ele espera desenvolver com cada um de nós. Nessas analogias, ele frequentemente se retrata como pai, e a nós, como filhos.

Com o Pai Nosso, Jesus usa a palavra "Pai" para nos mostrar que é vontade de Deus que tenhamos uma relação tão próxima a Ele quanto a de um pai com seu filho, que se concretiza por meio da oração, e em relação a esta, Ele estabelece alguns princípios que devem ser seguidos para que nos relacionemos da forma correta.

Vocês, orem assim: 'Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém'. (Mt 6: 9-13).

Muito mais do que proferir vãs repetições, Jesus busca com o Pai Nosso ensinar um "modelo" para restabelecer o mais importante princípio da relação entre o homem e Deus: colocá-lo em primeiro lugar. Isto se deve porque todo aquele que busca desenvolver um relacionamento com Deus precisa fazer isso da forma correta. Afinal de contas, Ele é Deus e determina o que é certo e o que é errado, e nós somos a sua criação.

Para exemplificar isso de forma mais clara, usarei sua analogia preferida. Todo filho rebelde que tenta impor sua vontade aos seus pais é visto como malcriado e desenvolve uma relação conflituosa com eles. Por isso, esse filho não alcança graça de seus pais, e prejudica-se duas vezes: priva-se da bondade dos pais e colhe os frutos dos seus maus procedimentos. É exatamente isso o que ocorre quando tentamos impor nossa vontade a Deus, "nos nossos termos". Nos mantemos distantes de Deus e, com isso, corremos o risco de ficarmos à parte de suas bênçãos, além de podermos colher os frutos amargos de nossas escolhas.

Portanto, à luz da Bíblia, para nos relacionarmos com Deus e desfrutarmos de todas as suas bênçãos e cuidados, é necessário, em primeiro lugar, que reconheçamos a supremacia de Deus sobre nossas vidas e manifestemos isso mais do que com vãs palavras: desejando que a Sua vontade seja feita em nós, "assim na Terra como no céu". Ao orarmos assim, reconhecemos que a vontade de Deus é concretizada no céu, e desejamos que o mesmo aconteça na Terra, santificando e exaltando a Deus.

Prosseguindo com a oração do Pai Nosso, ao pedirmos que Deus nos livre do mal, estamos solicitando que Ele nos proteja dos perigos da vida, tanto físicos e palpáveis quanto espirituais, e sob a Sua proteção, permanecemos aptos a realizar a vontade de Deus na plenitude e reforçamos a primeira petição, e reconhecemos ainda que, se não for com a Sua ajuda e misericórdia, não conseguiremos realizar a Sua vontade e, consequentemente, o santificar. Pedimos a Deus que nos proteja para que, sob a Sua proteção, possamos continuar o santificando, colocando-o em primeiro lugar em nossas vidas.

Por fim, uma vez situados corretamente em nossa relação com Deus, o Pai Nosso ainda ensina que estamos aptos a pedir pelo "nosso pão de cada dia", que representa as nossas mais diversas necessidades terrenas, assim como pela anulação do que nos separa de Deus: os nossos pecados.

Ao seguirmos, com todo o nosso coração, os princípios da oração que Jesus nos ensinou, estamos aptos a termos a nossa relação com Deus restabelecida da forma correta, como filhos, e nos mantemos sob a Sua proteção e os Seus cuidados. O que mais poderíamos desejar na vida?